17/01/2011

Profissões de futuro

 

A adaptabilidade é a palavra de ordem hoje em dia. "As novas tecnologias e a globalização da economia obrigam a mudanças de fundo, e quem não se adapta a elas arrisca-se a não ter perspectivas de futuro na carreira que escolheu", diz Alexandre Coutinho, jornalista de economia no jornal Expresso.

Actualmente, as áreas com mais procura são nas áreas de engenharia electrónica e mecânica, gestão e economia, nomeadamente:

  • Engenheiro civil  - 5% do mercado das ofertas de trabalho,
  • Programadores - 6%,
  • Técnicos de informática - 8%,
  • Gestores - 6%

Os licenciados em Direito ou Sociologia, por exemplo, são dos que têm mais dificuldade de colocação.

Na área de ciências, um dos campos mais promissores é o das biotecnologias, as chamadas ciências da vida - que tratam da genómica humana, da genética das plantas e de outros seres vivos.

Segundo estimativas do INE, apesar de, em 1999, 16 900 dos 221 600 desempregados no nosso país terem formação superior (cerca de 7,6% do desemprego total), em geral as suas perspectivas de emprego a longo prazo são melhores que as dos outros que apenas têm o ensino secundário ou um nível de ensino inferior como habilitações. Mas não basta ter-se um canudo para se conseguir arranjar emprego. E, ao contrário do que acontecia há quatro ou cinco anos atrás, a experiência já não é determinante na procura de colocação. "Hoje, é o binómio qualificação/experiência que é valorizado", diz Sofia Macedo, socióloga do trabalho e especialista em formação. "Além de um curso superior, os empregadores exigem conhecimentos de informática na óptica do utilizador, pelo menos uma segunda língua, capacidade de iniciativa e liderança, criatividade, bom senso, bem como qualidades de bom relacionamento e gosto pelo trabalho em equipa." E acrescenta: "Cada vez mais se procuram profissionais que não trabalhem com base num horário, mas se proponham atingir objectivos e se integrem na imagem da empresa."

Também o conceito de emprego fixo tenderá a desaparecer na economia de amanhã. "A mudança de actividade ao longo da vida vai ser uma das características dos próximos tempos", opina Amândio da Fonseca, director da Egor Portugal, filial da Egor - Recursos Humanos. "Isso irá obrigar os jovens a alargarem cada vez mais o seu leque de competências."

Tecnologias de informação e comunicação

Os licenciados em Informática e Telecomunicações são hoje os profissionais mais procurados por empresas do ramo. "É uma área em expansão devido ao desenvolvimento de novas tecnologias, como a Internet interactiva e os telefones móveis de última geração, mas onde os profissionais escasseiam, nomeadamente a nível dos engenheiros, no sector da informática e do desenvolvimento de software", explica Alexandre Coutinho. José Pinto, responsável pelos sistemas de informação da Siemens, diz que tem grande dificuldade em arranjar profissionais qualificados. "Ao nível superior, só conseguimos profissionais por convite ou fazendo propostas a estudantes universitários em vias de acabarem o curso", afirma.As especializações que mais procura vão ter por parte das empresas no sector das telecomunicações e informática serão as de engenharia de radiofrequências, das comunicações, do design industrial e de sistemas de informação, processamento de sinal em telecomunicações, design de multimédia, controle de qualidade de sistemas e consultadoria em tecnologias de informação.

Multimédia

Todas as profissões relacionadas com televisão, rádio, vídeo, Internet, computadores e sistemas multimédia estão também em desenvolvimento. "Quando as máquinas - computadores e televisões - começarem a falar entre si, ou seja, quando estiverem todas ligadas em rede e a comunicação for interactiva, teremos um mercado com muito mais potencialidades", declara Alexandre Coutinho. "Já começa a haver procura de conteúdos para essa área, o que implicará mais empregos." Segundo o Bareme Internet, um estudo periódico realizado pela Marktest, o número de utilizadores da Internet atingiu, no último trimestre de 2000, 20,3% da população - mais de um milhão e meio de pessoas. Multiplicam-se as empresas que fornecem serviços relacionados com este meio, e procuram pessoas para preencher os cargos de webmaster, cyber-redactor, manager em marketing interactivo, conselheiros em e-estratégia, entre outros.

In: Selecções Reader's Digest

Profissões com futuro